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10/04/2020

Futebol Arte X Futebol de Resultado

Nessa época de quarentena, isolamento, sem futebol, estamos acompanhando canais de esporte retransmitindo partidas antigas. E assistindo aos jogos da seleção brasileira na Copa da Espanha, em 1982, me fez pensar naquela velha discussão: Qual é melhor? Futebol Arte ou Futebol de Resultado?

O que todo torcedor pode responder diante de uma pergunta como essa é o resultado, afinal, os títulos são os que ficam gravados na memória, ficam materializados nos memoriais e museus dos clubes, entram para as estatísticas. Porém, se puder ganhar jogando bonito, óbvio que é melhor.

O esporte futebol nasceu nas primeiras décadas do século XX aqui no Brasil e demorou outras tantas para se profissionalizar. Por muito tempo era visto como uma arte apenas, uma diversão pela maior parte das pessoas. Com o passar do tempo, no entanto, foram surgindo as cobranças por resultados.

O torcedor brasileiro, acostumado com as gerações de ouro que conquistaram os títulos de 58, 62 e 70, sempre com um futebol vistoso sob o comando de Pelé, Garrincha, Didi, Gerson, entre tantos outros craques, sempre esperou por conquistas de títulos associadas a um bom futebol. Em 1982 especificamente não foi diferente, até porque, o time de Telê Santana contava com diversos craques que, juntos, encantaram o mundo desde a preparação para o mundial.

O tão sonhado tetra à época não veio. O time parou na segunda fase, eliminado pela forte Itália, que conquistaria o título na sequência contra a Alemanha Ocidental. O maior mérito daquele grupo, porém, foi ter marcado época, marcado a vida de milhares de torcedores e até mesmo inspirado muitos no meio do futebol, como o consagradíssimo técnico Pep Guardiola.

Como o resultado não veio com um futebol vistoso, bonito, a cobrança pelos resultados aumentou muito no Brasil. Telê Santana voltou para a Copa de 1986, no México. O treinador tinha um bom grupo em mãos, apesar de os principais nomes já não estarem mais no melhor momento, casos de Falcão e Sócrates, além de Zico, que vinha de uma séria lesão no joelho. Mais uma vez a decepção foi enorme com a eliminação nas quartas-de-final para a França. Foi como se conquistar um título com futebol bonito não pudesse mais ser possível.

Em 1990, na Copa da Itália, veio um futebol pragmático do técnico Sebastião Lazaroni, eliminado nas oitavas-de-final para a Argentina de Maradona e Caniggia. Em 1994, dando sequência ao pragmatismo, Parreira montou um time muito bem organizado, porém, sem brilho, exceto nos pés de Romário e Bebeto. O título veio e parece que o caminho das pedras estava dado.

O futebol mudou muito nas últimas décadas. O Brasil ganhou mais um título em 2002 sob o comando de Felipão e com os talentos de Ronaldo, Rivaldo e companhia. O futebol brasileiro passou anos e anos jogando apenas pelo resultado, tanto seleção quanto os clubes, o que pode estar mudando algo desde o ano passado, graças ao sucesso do Flamengo do técnico português Jorge Jesus.

Vendo o sucesso do rubro-negro carioca, muitos times passaram a buscar treinadores que optem por um jogo mais bonito, com mais posse de bola, a volta das triangulações, tabelas, resta saber se o material humano produzido hoje no Brasil será suficiente para termos nos dias atuais vários times bons no nível de um Flamengo, como já tivemos em outras épocas, quando várias equipes praticavam um futebol arte no Brasil.

Agora se querem saber a opinião de quem vos escreve, digo que há duas respostas para a pergunta inicial. Se a pergunta for sobre seleção, prefiro que seja um futebol bonito. Agora se for no meu clube de coração, se ganhar jogando bonito melhor, se não for possível, que ganhe mesmo jogando feio.

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